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Colaboração com auxílio de novas tecnologias!!

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Mensagem por Romulo Fernandes Sáb 17 Out 2009, 9:11 pm

Colaboração com auxílio de novas tecnologias é caminho para a escola se aproximar dos alunos, dizem especialistas no 3º Fórum do Instituto Claro
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Se está longe de se ter uma resposta que seja considerada "a ideal" sobre qual a melhor forma de levar os processos colaborativos à escola e que nível de participação a tecnologia tem que ter nisso, há atores que costuram minuciosamente recortes de um mundo onde há muitas dúvidas e, ao menos, uma certeza: o aluno está disposto a ser colaborativo e a aprender os conteúdos do currículo, desde que sejam levadas em consideração as suas competências, as suas preferências e as suas formas de construir relações.
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Para Lynn Alves, a diminuição desse abismo - que causa ruídos na comunicação que o professor tenta desenvolver com os estudantes - pode ocorrer mesmo sem uma reformulação profunda no currículo. "O importante é a escola estar atenta aos novos códigos e linguagens dos alunos, e, a partir do que se percebe, poder interagir com eles." Lynn exemplificou a colocação com a experiência de um adolescente que, insatisfeito com os avatares de um determinado jogo, descobriu sozinho como desenvolver os seus próprios, com as características que quisesse. Um professor atento percebeu o que o garoto fizera e tomou a iniciativa de promover uma oficina para toda a turma com a intenção de fazer aquele conhecimento ser compartilhado. Para Lynn, os professores podem ser transformadores independentemente do currículo ao qual estejam presos.

A percepção da mudança da dinâmica do aprendizado foi comentada com um viés mais sociológico e menos empírico por Rogério da Costa. O professor entende que, mesmo que a escola não esteja disposta a se transformar por completo neste momento, por não saber ao certo qual direção seguir, não pode estar desvinculada da realidade dos seus alunos. Ele argumenta que, se entre os papéis da escola está o de formar cidadãos, é preciso conhecer onde eles atuam quando não estão naquele ambiente de ensino/aprendizagem e como trabalhar a realidade para que eles consigam desenvolver ou fortalecer na escola as competências que o mundo "externo" pede. "A educação ainda tem uma preocupação extremamente formal, conteudística. Se perguntarmos de quais competências alguém precisa para se inserir no mundo do trabalho, vemos que são bem diferentes do que se oferece hoje na educação", diz ele.
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Para Rogério, as competências hoje em destaque sempre foram importantes, mas se tornaram fundamentais para alguém sobreviver profissionalmente no mundo atual. "A primeira delas é a colaboração, a capacidade de colaborar; a segunda é a de se comunicar; e a terceira é a de se relacionar afetivamente", enumerou. Daí, inúmeras questões para a educação atual: "Como você ensina alguém a cuidar de outro, a atender bem? E a ser generoso? E a ser prestativo? São habilidades do ser humano que pressupõe-se que a pessoa vá aprendendo ao longo da vida dela, mas isso não é verdade". Para ele, a escola, como um espaço coletivo, pode e deve ser usada para ativar essas competências.

Na plateia, a educadora Paula Carolei demonstrou preocupação quanto à visão comum dos alunos como detentores de conhecimento e de intimidade com as novas tecnologias. "O que a gente costuma ver é que os alunos conhecem muitas coisas, mas têm dificuldade em fazer os links. Aprende-se muito por tentativa e erro, então não há um entendimento da sistematização dos processos", disse.

Lynn Alves fez referência ao psicólogo suíço Jean Piaget para realizar a réplica e destacou os processos pelos quais, segundo o estudioso, é possível aprender: imitação, tentativa e erro, assimilação e acomodação. Sob o ponto de vista da educadora baiana, a assimilação é o mais desejável para provocar nos alunos essa "reflexão" da qual Paula Carolei sente falta. "Quando eu valorizo o saber do aluno, eu o desperto para outros saberes, para a assimilação mais ampla". Mais uma vez, ela cita um exemplo prático. Conta que um grupo de alunos discutia questões filosóficas do game "Metal Gear Solid", o qual trata de clonagem, numa comunidade do Orkut. "Trazer essa discussão para a sala pode ser muito positivo e produtivo, mas é aí que a escola se limita. Ela não consegue valorizar esse saber do aluno simplesmente porque não trafega nesses meios", pontua.

Multitarefa?
Se ainda falta formação aos professores e à escola em geral para encaminhar os alunos para o processo de reflexão sobre as diversas ações que desenvolvem, existem espaços informais onde eles já estabelecem uma relação com as competências que possuem. Para Rogério da Costa, esses espaços podem ser, por exemplo, as redes sociais (o Orkut, citado por Lynn Alves, é uma delas). Lá, os jovens expõem o conhecimento que possuem, mas, em seguida, aquilo é complementado de forma colaborativa por informações diversas que vêm de outros usuários. Enquanto um jovem opina numa comunidade, ele navega, ele assiste a um vídeo, programa o ipod. Para ele, esta é justamente a capacidade de conseguir ser "multitarefa".

Gerente de Educação da Intel do Brasil, Fabio Tagnin, presente na plateia, indagou sobre esse potencial de "fazer várias coisas ao mesmo tempo". Ele contestou afirmando que há uma linha de estudiosos que defende que, ao menos por um instante, você tem que dispensar mais atenção a uma tarefa para desenvolvê-la de forma competente. Lynn Alves concordou, mas enxergou nessa "ansiedade" de fazer várias coisas simultaneamente, tão característica dos nativos digitais, uma possibilidade para os ambientes de ensino/aprendizagem. "Quando você percebe que vários alunos podem fazer várias coisas, você usa as melhores habilidades de cada indivíduo para realizar tarefas dentro desse grupo". O resultado será, de acordo com a educadora, um trabalho colaborativo bem feito.

A Mobilidade e os Desafios da Educação, tema que guiou o terceiro e penúltimo bloco do Fórum Instituto Claro, foi também o ponto de partida de um exercício de futurologia, que encerrou o evento. Para os debatedores Lynn Alves e Rogério da Costa, expectativas um tanto diferentes em relação ao que poderá ser aplicável à educação e à participação da escola na formação dos cidadãos. Mas, ao mesmo tempo, convergência em um ponto importante do discurso: os processos colaborativos promovidos com o auxílio das tecnologias são cruciais para se atrair o interesse dos alunos.

Lynn Alves assumiu uma postura ligeiramente pessimista. Disse não enxergar mudanças significativas na escola a médio prazo. A esperança de uma grande transformação, ao seu ver, está na geração que hoje é estudante e, amanhã, será educadora. Já Rogério da Costa crê que possa haver, num futuro próximo, uma transformação promovida pelo uso bem planejado dos instrumentos móveis que possam auxiliar a "abrir a cabeça do aluno como cidadão fora da escola". Revelou, inclusive que, em breve, ele participará de um projeto do MIT (Massachusetts Institute of Technology) no Brasil cuja proposta gira em torno desse conceito de construção de conhecimento.
Romulo Fernandes
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